Seletivas para a 1ª Copa Paraense de Rima ocorre nesta quarta (11), em Belém
A grande final será em agosto e terá competidores de diversos municípios paraenses

A primeira Copa Paraense de Rimas começa nesta quarta-feira (11), no bairro da Cremação, em Belém. O evento marca o início de uma série de seletivas que ocorrerão, a partir desta data, em diversos municípios do Pará, conectando jovens talentos e promovendo a cultura hip hop em praças públicas, com entrada gratuita.
Entre os municípios participantes estão Ananindeua, Castanhal, Marabá, Altamira, Breves, entre outros. A abertura das seletivas será realizada na Praça Dalcídio Jurandir, na Cremação.
A Copa é uma expansão do maior movimento hip hop do Pará, a tradicional Batalha de São Brás, que, desde 2013, promove a cultura de rua. Agora, esse movimento ganha voz, palco e potência com a primeira edição do campeonato. Com o intuito de fortalecer a cena do rap paraense, as seletivas acontecerão durante os meses de junho e julho.
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As datas confirmadas são: 11/06 em Belém, 14/06 em Castanhal e Aveiro, 15/06 em Ananindeua, 21/06 em Capanema e Barcarena, 22/06 em Marabá, 23/06 em Parauapebas, 28/06 em Itupiranga e Conceição do Araguaia, 29/06 em Tucuruí, 04/07 em Altamira e 15/07 em Breves. Uma última vaga será definida por curadoria no dia 16 de julho.
Para o rapper, produtor cultural e idealizador do projeto, Daniel ADR, a competição é uma forma de afirmar a identidade do hip hop produzido na região amazônica.
“A Copa Paraense de Rimas é mais do que um campeonato — é uma afirmação da nossa identidade. O rap feito na Amazônia carrega nossas águas, florestas e favelas. É discurso ambiental e ferramenta de transformação social”, destacou.
A grande final, marcada para o dia 23 de agosto, reunirá 16 MCs classificados ao longo das seletivas. Essas etapas servirão como vitrine para os talentos das periferias de Belém e do interior do estado, que utilizam o rap como linguagem de denúncia, criação e pertencimento. Toda a trajetória do evento será registrada em uma produção de média-metragem, com previsão de lançamento ainda este ano, durante a realização da COP30.
Para William Silva, conhecido no cenário do hip hop paraense como “Will da Rima”, a Copa representa uma oportunidade de evidenciar talentos regionais e de salvar crianças e adolescentes da criminalidade — assim como o salvou.
“A realização dessa Copa vai abrir os olhos de outras comunidades para a cena do hip hop. A cena está muito parada em Belém, e é importante a gente se movimentar por conta própria, já que o Estado não nos ajuda. Essa Copa é importante porque pode salvar crianças, como me salvou. Durante os anos de 2014, 2015 e 2016, eu era envolvido com drogas e até com o crime. Mas, graças ao rap, não me envolvo mais com isso, segui atrás do meu sonho de ser cantor e, hoje em dia, tenho um público que se inspira em mim”, contou o artista.
Já para Bruna BG, uma das organizadoras da Copa Paraense de Rimas, a realização do evento em diferentes municípios é uma forma de descentralizar o protagonismo da cena hip hop da capital.
“A Copa Paraense de Rimas é um marco histórico para o hip hop no Pará. Um campeonato estadual de freestyle que percorre 16 municípios, conectando periferias e territórios antes isolados entre si. Isso fortalece a cena como um todo, descentraliza o protagonismo da capital e reconhece o talento que pulsa em cada canto do estado”, afirmou a rapper.
Sobre a 1ª Copa Paraense de Rimas, o rapper Bruno Cardoso, conhecido como "Duende", destaca que, além da competição, o evento será um momento de diversão e interação entre os artistas.
“Eu sei que é uma competição, mas, acima de tudo, espero me divertir. Porque é uma diversão para todos nós. É a nossa cultura, o nosso rolê. A gente se diverte nas batalhas, encontra os amigos, e eu espero que seja um evento lindo, que valorize ainda mais a nossa cultura. E que vença o melhor”, finalizou.
(Gustavo Vilhena, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Luciana Carvalho, repórter web de OLiberal.com)
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